Como é morar na Austrália? Veja o que os brasileiros dizem


Já pensou em viver em um dos países com as melhores rendas per capita e que ainda oferece belezas naturais de tirar o fôlego, grande diversidade cultural e uma qualidade de vida incomparável? Se ainda não cogitou, estes são alguns dos motivos que podem ajudar você a optar por morar na Austrália. O maior país da Oceania conta com oportunidades ilimitadas, está aberto a novos negócios e disposto a manter a paz e a segurança para além dos seus mais de 7,6 milhões de quilômetros quadrados de terra.

Atualmente, estima-se que mais de 25 milhões de pessoas residam no país e, em 2018, quase 30% da população era formada por imigrantes das mais variadas partes do mundo. Nós, brasileiros, representamos cada vez mais um número maior desta porcentagem. Só em 2017, mais de 48 mil pessoas saíram do Brasil, mesmo que temporariamente, para viver na Austrália. Se comparado com 2007, houve crescimento de 181% na imigração brasileira em uma década.

Onde viver na Austrália

Vista de Brisbane

Depois que você escolhe o país, o próximo passo é saber onde exatamente viver por lá. As cidades mais procuradas na Austrália são Sydney, Melbourne, Brisbane, Adelaide e Canberra. Para quem vem de grandes cidades, Sydney é a escolha mais certeira. Tainá Domingues, residente de São Paulo no Brasil, conta que foi mais fácil de se adaptar, já que, por lá, ela encontrou “diversas opções de lazer, diversos tipos de comida e oportunidades de trabalho”. Ela comenta também sobre a possibilidade de morar em bairros mais tranquilos ainda dentro da cidade e até em regiões litorâneas, para quem gosta do clima praiano.

Já para Luana Mendes, que viveu um mês na Nova Zelândia antes de se mudar para a Austrália, a cidade de Brisbane foi a que a conquistou. Ela está lá há mais de 4 anos e não pensa em se mudar de lá e do estado do sol, Queensland. “Todas as pessoas que cruzaram meu caminho na Nova Zelândia só falavam daqui. Moro aqui no norte da Austrália desde que cheguei e meio que me apaixonei pelo lugar, mesmo já tendo visitado quase todo o lado leste”.

Como é morar na Austrália

Brighton Bathing Boxes

Logo de cara, o fuso horário pode assustar. A diferença de horário varia entre 11 e 14 horas do Brasil e, por isso, o contato com a família e com os amigos daqui é mais difícil e a saudade fica um pouco mais forte. Mas nada é impossível para quem está disposto a mudar tanto de vida! O clima do país e das pessoas ajuda nessa adaptação.

A Austrália está no mesmo hemisfério que o Brasil e, por isso, as temperaturas são bem parecidas. Entretanto, por lá, é possível encontrar litoral, montanha, deserto e até neve. As estações do ano são bem definidas, então fica mais fácil de prever o clima para cada tipo de ambiente do país.

Os australianos se parecem com os brasileiros na receptividade e na animação. Eles são pessoas mais diurnas, aproveitando todas as atividades que as cidades podem oferecer, desde esportes ao ar livre como passeios diários na praia. Mas também gostam de festas, de diversão e de liberdade, tanto com relação à segurança como de personalidade. Entretanto, eles são mais reservados do que nós e isso pode causar estranhamento e até dificuldade para fazer amizades. Juliana Tahamtani morou 7 meses com uma família australiana que a recebeu muito bem, e “aprendi tanto sobre o mundo com eles que, depois dessa experiência, me transformei em outra pessoa”.

O transporte público é destaque para os brasileiros que se mudam para lá. Ana Tebet passou um ano em Sydney e garante que é tudo bem organizado (e lindo). “Você consegue ir para qualquer ponto da cidade usando o transporte público. Eles são bastante pontuais. Os ônibus possuem ar condicionado e, assim que atingem a lotação máxima, deixam de pegar mais passageiros nos próximos pontos”, diz.

Em relação à comida, há quem ame e quem odeie. Por lá, tem uma pasta salgada muito consumida, chamada Vegemite, e é o que mais divide as opiniões. Entretanto, por ser um país muito diverso culturalmente, opção é o que não falta, principalmente de culinária asiática. O café é um dos pontos fortes, sendo consumido de tantas formas que a gente sequer conhece por aqui. As bebidas alcoólicas também têm restrições: só podem ser consumidas em lugares fechados. Então nada de pegar a bebida das lojas especializadas e sair tomando e andando, hein?!

O que fazer na Austrália

A Austrália é o terceiro país mais popular entre os estudantes internacionais. Seja para aprender inglês, para escolher uma carreira ou para se especializar ainda mais em uma profissão, estudar é top of mind quando se trata de mudar para lá. O administrador de RH Murilo Cruz se planejou por 6 meses, mas já sabia qual seria seu destino desde o começo: “optei pela Austrália por ser um país extremamente conceituado entre intercambistas e por oferecer uma gama de benefícios estruturais”. Ele passou 9 meses estudando em Sydney.

Quem vai para a Austrália para estudar também pode trabalhar. Os vistos de estudante, que são para cursos de mais de 14 semanas e com 20 horas de estudo semanais, permitem que o estudante de cursos de inglês, graduação, pós-graduação, mestrado e técnicos trabalhe até 40 horas quinzenais enquanto estiver tendo aulas. Este número sobe para 80 horas quinzenais nas férias e intervalos.

Os maiores desafios para um brasileiro na Austrália

Jason Mathias chegou no país para aprender inglês e agora faz seu mestrado em Social Work na Universidade de Sydney e também trabalha como repórter e produtor na SBS Australia. Para o jornalista, o mais difícil foi encontrar trabalho na sua área de atuação. “Não é fácil largar sua carreira no Brasil e começar tudo de novo em outro país. A gente tem que se virar como pode no começo e estar aberto a trabalhar em áreas novas como hospitalidade (hotel, restaurante, café) e construção”, comenta.

Renato Tatit morou por 8 meses para evoluir mais rapidamente no idioma e, para isso, ficou na casa de uma família local. Seu maior problema também foi com trabalho. Ele vendeu o carro, largou tudo no Brasil e se mudou, e conta que pediu ajuda para a professora de sua escola para conseguir começar a se organizar para isso. “Após a primeira semana de aula, minha professora me ajudou na confecção de um currículo. Eu saí no mesmo dia distribuindo de porta em porta nos restaurantes próximos a Bondi Beach, em Sydney. No mesmo dia consegui meu emprego”, relembra.

Entre os outros problemas que estão diretamente relacionados à busca por emprego, o alto custo de vida do país pesa no bolso de quem vai sem emprego certo. “O custo de vida em Sydney é bem alto, o transporte público é caro (quanto mais longe você vai, mais você paga), o aluguel também, e eu diria que, no começo, todo mundo vai passar pela fase do macarrão com atum, miojo ou, no meu caso, arroz com ovo”, relata Tainá Domingues, que está por lá há mais de um ano. A busca por moradia também pode ser difícil, principalmente porque as casas são, normalmente, compartilhadas por muitas pessoas quando se trata de estudar e trabalhar.

A importância do inglês para viver na Austrália

Mapa da Austrália com passaporte

Para Ligia Leme e muitos outros brasileiros que migram para a Austrália, o maior desafio é perder o medo de falar o inglês. Ela foi para Sydney para fazer o curso de Cambridge e conta, “já no aeroporto, precisei me comunicar para reclamar de uma das malas que chegou quebrada”. Mas a barreira linguística pode começar antes, ao preencher formulários, ir atrás vistos e até mesmo ao pesquisar sobre onde irá viver.

Se você está pensando em viver essa aventura assim como tantos brasileiros, agora é a hora de dar o pontapé inicial em sua jornada, aprendendo inglês desde já. Em nossa escola, você pode praticar com professores do mundo inteiro, inclusive australianos, e até aprender sobre viagens com um método exclusivo.

Escrito por Mayara Abreu.